terça-feira, 25 de maio de 2010

Fábrica do Tomate. Alguns aspectos a reter.


tempo passa mais depressa do que se julga.

Há cerca de um ano, debateu-se na Freguesia de São Bartolomeu de Messines, a fusão da Caixa da Vila com a sua congénere de Silves.

Não irei aqui explanar os motivos que me levaram a votar contra. Pois, não quero desviar a vossa atenção do tema que nos deve preocupar a todos no presente.

No entanto pretendo, trazer ao vosso conhecimento, um pequeno episódio que nos ajudará a enquadrar o desespero de muita gente e ler nas entrelinhas o que agora se pretende.

Na discussão acalorada da reunião que levaria os cooperadores da Caixa Agrícola de Messines a vetar o negócio de interesses, entenda-se casamento com a dama de Silves, foi elaborada e aprovada, em tempo recorde uma acta.

Acta essa que, curiosamente, ou não tão assim, foi entregue à Srª. Presidente da Câmara Municipal que, passados dois dias, me interpelou sobre o teor da minha intervenção, ameaçando que, por não ter tido o comportamento desejado, podia ter que responder noutra instância. Tudo a quente, naturalmente...

Diga-se em abono da Verdade que, nessa reunião camarária, o actual Director da Caixa Agrícola, ex- Vereador José Manuel teve a lealdade de informar a Vereação que a minha intervenção em nada foi difamatória de Terceiros mas, sim em defesa da Colectividade.

Posto isso, sejamos claro. Na altura referi e hoje reafirmo que, para mim, a fusão pretendida, tinha um objectivo imediato muito claro: permitir a compra da Fábrica do Tomate mediante a concessão de um empréstimo. Já que a Caixa de Silves de per si o não podia fazer, ou o não queria fazer isoladamente. Ah, os malditos rácios.

Segunda nota, leva-me à actual situação financeira da Câmara, em nada conducente com aventuras.

Não me interessa, nem irei reter a capacidade de endividamento da Autarquia. Esse argumento é falacioso, como de seguida demonstro.

O cerne desta questão deve levar-nos a percorrer outros horizontes.

Em período de grave crise económica, com significativa quebra nas receitas na casa dos 25%( principalmente IMI e IMT), temos de ser comedidos. Aliás, parece-me evidente que o momento é de contenção. Por muito que o projecto seja apetecível, tem de ser questionado o seu financiamento e o seu lugar na escala de prioridades da nossa comunidade.

Simples bom senso, digo eu.

Mas há mais. Como justificar a pressa na compra, se é sabido que a Câmara tem preferência na venda? Pode sempre exercer o Direito de preferência dentro de seis meses a contar do dia da escritura, sabendo que por Lei é sempre notificada desse negócio.

Reconheço que estou perturbado mas, ainda mais fico, quando, num período de profunda crise imobiliária, com descida abrupta de preços, o valor ora apresentado e proposto pela Srª. Presidente de € 1 940 000, é apenas inferior em € 40 000 ao que foi estipulado há 12 meses. Tanto mais que não são conhecidas outras propostas.

Parece-me pouca a diferença, e muito o valor pretendido, salvaguardando sempre o Direito do vendedor fazer a proposta que achar por bem. Nem tal aspecto é discutível, nem entro por aí.

Mas também exijo que não discutam o meu na defesa daquilo que julgo ser o interesse da Autarquia.

Finalizo, introduzindo uma nota final que, por mero lapso,ou falta de espaço, não é versada na proposta da Srª. Presidente, mas deveria sê-lo. Já alguém procurou conhecer o valor da recuperação da Fábrica do Tomate que está fechada há dezenas de anos?

È que esse valor deve ser somado, ao valor da compra, de forma a fixar o montante do investimento.Ou não deverá ser assim?

Parece-me incorrecto comprar e depois logo se ver que utilidade dar ao local face ao seu estado actual.

Acrescento que a Concelhia do PS, irá reunir-se amanhã e naturalmente este assunto será aí tratado. Pelo que, como compreenderão, não obstante já ter tomado uma decisão, irei aguardar pelo sentir do meu grupo.
 
                                                                                                            Fernando Serpa

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